A Oficina Folia Teatral: jogo e cenas coletivas a partir das brincadeiras, sentidos e metáforas observados no Reisado tem como objetivo desenvolver uma oficina de teatro calcada nas brincadeiras dos Reiseiros de Lapinha, para a criação de cenas.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Musicalidade do Cerrado



Reportagem feita por Marcelo Canellas em Correntina-Bahia sobre a musicalidade dos camponeses do Cerrado. Exibida em 05/08/2004 no Jornal Nacional e em 7 de agosto  de 2012 relembrada no programa Encontro com Fátima Bernardes. 

Para ser a reportagem completa é só ir ao link abaixo:  

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sobre os Reiseiros de Lapinha




No catolicismo, a passagem bíblica em que Jesus é visitado por  tres reis magos denominados por Melchior, Gaspar e Baltasar, converteu-se na tradicional Folia ou Terno de Reis. A tradição chegou ao Brasil no período da colonização, no século XVI, cerca do ano de 1534, trazido pelos Jesuítas, e servindo como um instrumento na catequização.
Na cultura tradicional brasileira, os festejos de Natal eram comemorados por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de Cristo; se estendendo até o dia de Santos Reis, 6 de janeiro. Com variações entre Terno de Reis (pastorinha por exemplo), e Folia de Reis, sendo composto por músicos que tocam instrumentos de confecção caseira e artesanal, como zabumba, tambores, reco-reco, triangulo, flauta e rabeca (espécie de violino rústico).Além dos “foliões” que tocam e cantam, os grupos dispõem também de dançarinos, palhaços e outras figuras folclóricas devidamente caracterizadas segundo as lendas e tradições locais.
Em Correntina, região oeste da Bahia que fica aproximadamente a 919 km de Salvador, encontramos a Folia de Reis com as formações de “Reis de Zabumba” e o “Reis de Viola” com o sentido de venerar as festas de santo e viver o bioma Cerrado (Gerais) em sua plenitude (ALDÈ, 2005). Lá não existe a figura de palhaços, e não tem bandeiras e estandartes, a sua formação se assemelharia às bandas de pífano do norte de Minas. A formação do Reis de Zabumba se baseia em duas “gaitas” uma fazendo a primeira e outra a segunda, zabumba, caixa ou tambor, triangulos, recos e pandeiros. No caso do Reis de viola, tambor, viola, rabeca (violino rustico), recos e pandeiros. Os cantos são denominados de “canturio” sempre tendo primeira e segunda voz, com a ordem Reis do morador, Reis da Lapinha, Reis da louvação da mesa.
Na Folia de Correntina estão presentes alguns sambas, as chulas, curraleiras, trocados, batuques e outros ritmos específicos de cada grupo, que tem o objetivo de garantir a animação para que os que acompanham (os denominados de “biscoiteiros”) o grupo permaneça no “giro” dos festejos e para que o próprio dono da casa lhes dê uma boa “esmola”, esta serve para garanti a reza do dia seis. O giro é o nome atribuído ao ato de sair à procura do menino Jesus na Lapinha, passando em todas as casas que os acolhem, por promessa ou por devoção.